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Falácia “ad personam”, “ad feminam”, ou “ad hominem”


A falácia ocorre quando alguém ataca a pessoa que está argumentando, em vez de abordar o argumento em si.


Em vez de refutar ou discutir as ideias ou a lógica apresentada, a pessoa que comete essa falácia tenta desacreditar o argumentador por meio de ataques pessoais, insultos ou críticas não relacionadas ao conteúdo do argumento.


A falácia no formato “ad feminam" refere-se a ataques direcionados especificamente a uma mulher com base em seu gênero, em vez de abordar seu argumento de maneira justa. Isso geralmente ocorre em situações em que alguém tenta desacreditar ou desvalorizar os argumentos de uma mulher usando estereótipos de gênero, preconceitos ou sexismo em vez de lidar com os méritos reais de seus argumentos.


Essa falácia é um desvio do argumento real, uma vez que o foco passa a ser a pessoa e não mais a questão em debate. Sua ideia é mudar o foco do debate, saindo das ideias e indo discutir as características pessoas dos interlocutores.


Nessa falácia, a característica utilizada para atacar o adversário não é, necessariamente, uma mentira. Em verdade, o mais comum é que seja algo verdadeiro ou que, pelo menos, pareça ser verdadeiro. O artifício funciona quando o adversário muda o foco do debate do tema para a credibilidade do orador.


Como evitar?


Para evitar a falácia, foque seu pronunciamento no tema, na coerência e verossimilhança dos argumentos do oponente e não na pessoa do oponente.


Quando ouvir uma falácia “ad hominen”, traga o debate de volta ao tópico que está sendo discutido e, se possível, demonstre que seu adversário desviou a atenção do debate na tentativa de enfraquecer seus argumentos.


Exemplos de falácia Ad hominem


Pessoa A: "Eu acredito que a política X é benéfica porque ela ajuda a melhorar a educação pública e a criar oportunidades para os jovens."

Pessoa B (usando um argumento ad hominem): "Você não sabe do que está falando. Você nunca foi um professor e nunca trabalhou na educação. Como pode opinar sobre isso?"


Nesse exemplo, Pessoa B não está abordando o argumento apresentado por Pessoa A sobre a política X. Em vez disso, ela está atacando a credibilidade de Pessoa A com base em sua falta de experiência pessoal na área de educação. Isso é um exemplo de falácia ad hominem circunstancial, porque o argumento de Pessoa B não está relacionado à validade do ponto de vista de Pessoa A sobre a política X, mas sim à sua experiência pessoal. É importante notar que a falta de experiência pessoal de Pessoa A na educação não necessariamente torna seu argumento sobre a política X falso ou inválido. O debate deve se concentrar nos méritos da política e nos argumentos apresentados por ambas as partes, não em ataques pessoais.


Conclusão


A falácia Ad hominem é uma estratégia comum em debates acalorados, mas é importante reconhecê-la e evitá-la. Ao invés de atacar a pessoa que está argumentando, devemos nos concentrar nos argumentos que ela apresenta e analisá-los com cuidado.

Ressalte-se ainda que, de todas as falácias, a “ad hominen” é talvez mais antiética, por simplesmente deixar de lado o debate de ideias e partir para confrontos pessoais. Não há nenhum acréscimo ao debate em si e ainda se corre o risco de que sejam emitidas opiniões desrespeitosas, intolerantes e preconceituosas.


Reiteramos que não recomendamos o uso de falácias em seus discursos. Eles são formas de enganar seu público, sendo uma clara afronta ao ethos, um dos pilares da argumentação aristotélica. Para saber mais sobre o ethos, clique aqui ou acesse nosso blog.



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