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Falácia do Nirvana

A Falácia do Nirvana ocorre quando uma solução realista e factível é rejeitada em favor de uma solução idealizada, o “Nirvana”. A falácia está em acabar por não fazer nada, pois a pessoa não aceita outras soluções que não a idealizada.


No dizer popular, a falácia do Nirvana pode ser expressa como “o ótimo é inimigo do bom”.


A primeira menção a esta falácia com o nome “Nivana” é traçada a um artigo publicado Harold Demsetz, professor de economia na Universidade da Califórnia em Los Angeles, em 1969, intitulado “Informação e Eficiência: Outra perspectiva”. Nele, Demsetz explica: "A perspectiva que agora permeia grande parte da economia das políticas públicas apresenta implicitamente a escolha relevante como sendo entre uma norma ideal e uma disposição institucional existente "imperfeita". Essa abordagem do nirvana difere consideravelmente de uma abordagem de instituições comparativas, na qual a escolha relevante é entre arranjos institucionais reais alternativos".


Como ocorre a Falácia do Nirvana?

Durante a pandemia, passei por uma clara situação com a falácia do Nirvana. Logo no começo da vacinação no Brasil apenas a vacina CORONAVAC, produzida pelo Instituto Butantã, estava disponível no mercado e prometia 65% de proteção contra o vírus. Outras vacinas estavam disponíveis no exterior, produzidas por Oxford e pela Johnson & Johnson, que ofereciam percentuais maiores de proteção. Em conversa com uma amiga médica, que tinha direito a tomar a vacina antes do restante da população, ela disse: “Não vou tomar a CORONAVAC porque ela oferece apenas 65% de proteção. Vou esperar pelas vacinas Oxford ou Johnson & Johnson”. O erro lógico está em optar por ficar com 0% de proteção contra um vírus que provocou uma pandemia no mundo por meses e meses, podendo ter 65% de proteção. A situação fica ainda mais grave quando se considera que minha amiga é médica, e terá contato com pessoas infectadas. Além de que ela poderia tomar outras vacinas quando chegassem ao mercado, o que de fato aconteceu.


Conclusão

É importante reconhecer essa falácia para evitar rejeitar soluções realistas e alcançáveis por causa de um estado idealizado e utópico que não pode ser alcançado na realidade. É preciso buscar soluções realistas e viáveis, em vez de esperar por uma solução perfeita que não pode ser aplicada.

Por fim, recomendamos identificar o uso de falácias para evitá-las em seus discursos. Elas resultam em raciocínios falhos e levam a escolhas irracionais.


Para saber mais sobre falácias, clique aqui.

Para saber mais sobre o ethos, clique aqui.

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