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O que é “ethos”?


"Ethos" (“'ɛθɔs” em grego), em teoria da argumentação, significa “apelo a credibilidade”, e é uma das três formas distintas de persuasão identificadas por Aristóteles, juntamente com o “logos” (apelo a lógica) e o “pathos” (apelo à emoção). Significa convencer por meio do seu caráter ou da formação do orador.




Como convencer através do Ethos?


Aristóteles afirma que convencer pelo "ethos" seria quando “o discurso é proferido de tal maneira que deixa a impressão do orador ser digno de fé”. Porém, essa fé deve resultar do discurso em si e não de uma opinião prévia sobre o orador.


Segundo Aristóteles, o "ethos" é construído através de três elementos principais:


  • Phronesis (sabedoria prática): O orador deve demonstrar possuir conhecimento sólido do assunto e uma habilidade prática para aplicar esse conhecimento de forma ética e sensata.

  • Arete (excelência moral): O orador deve demonstrar possuir virtudes e qualidades morais que inspirem confiança e respeito.

  • Eunoia (boa vontade): O orador deve mostrar empatia e preocupação genuína com as necessidades e interesses do público, buscando o bem comum em vez de apenas seus próprios interesses.


Essas características devem ser dosadas e apresentadas de acordo com o tipo de plateia que você terá, tendo o filósofo grego elencado seis tipos de auditório: o dos jovens, o dos idosos (final da vida), o dos adultos (meia-idade), o dos nobres, o dos ricos e o dos poderosos.


Como elaborar uma estratégia persuasiva “ethos” forte?


Uma boa estratégia para convencer pelo “ethos” inclui:


  • Considerar os valores e características culturais do seu auditório na construção do seu discurso e planejamento da sua performance.

  • Decidir que tipo de impressão você quer deixar no auditório e fazer escolhas no na construção do seu discurso e planejamento da sua performance que reflitam essa imagem.

  • Apresentar-se sempre com honestidade e falar seus argumentos de forma verdadeira, com detalhes e dados que inspirem confiança.


Cuidado! Ter um bom ethos é diferente de fazer um argumento de autoridade.


Utilizando-se de “argumento de autoridade”, o orador busca convencer seu público baseado no título de autoridade pessoal que ele ou a pessoa que ele parafraseia possui (ex.: se apresentar com doutor em física numa palestra antes de começar uma palestra sobre buracos negros).


No “ethos” a confiança vem pela qualidade e honestidade dos argumentos e da performance do orador (ex.: trazendo informações concretas e suas fontes sobre as pesquisas acerca de buracos negros).


Para mais dicas como essa, conheça a Arg.


Para aprender mais sobre “éthos” sugerimos:


AMOSSY, Ruth (Org.). Imagens de Si no Discurso: a construção do ethos. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2011.


NASCIMENTO, Joelson Santos. A relação entre lógica, pathos e ethos na Arte Retórica de Aristóteles. Anais de Filosofia Clássica, [s. l], v. 9, n. 17, p. 38-60, jun. 2015. Disponível em: https://revistas.ufrj.br/index.php/FilosofiaClassica/article/view/1431 . Acesso em: 30 jul. 2021.


ARISTÓTELES. Retórica. 2. ed. Lisboa: Imprensa Nacional - Casa da Moeda, 2005.


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